Apesar de não integrar a lista dos 36 municípios com epidemia de dengue, o Estado do Rio de Janeiro já está em alerta. Em alguns bairros, como Bangu — com 243.123 habitantes —, na Zona Oeste, o número de casos assusta: já são 641 registros este ano. A situação da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, também é preocupante. A comunidade, cuja população total é de 69.356, já amarga 447 registros da doença, de janeiro a março. Na Tijuca, Z. Norte, dos 163.805 moradores, 337 foram afetados, no mesmo período. No bairro do Leblon, Z. Sul, houve 32 ocorrências entre os 46.044 habitantes.

Além da aflição pela suspeita da doença, os pacientes cariocas ainda enfrentam problemas ao dar entrada nas unidades de saúde. Na UPA de Bangu, funcionários faziam triagem na porta. “Só tem um médico para atender, pois o outro está fazendo uma sutura. Daí estão dizendo que só vão atender casos emergenciais”, relatou Vanessa Xavier, 22 anos, com suspeita de dengue.

Ela já havia ido ao hospital Albert Schweitzer, onde a encaminharam para a UPA. Depois de ter atendimento negado na unidade, foi para o Hospital Municipal de Mangaratiba. “Ela está com manchas pelo corpo, febre, além de dores. Precisa ser atendida”, queixou-se o pai da jovem, Marco Xavier.

FALTA DE PEDIATRA NO BAIRRO DE BANGU

Mãe de Larissa, de 2 anos, Jessica Marques, 21, também encontrou as ‘portas fechadas’ na UPA de Bangu. “Minha filha está com febre e manchas. Pode ser dengue. Mas disseram que não tinha pediatra”, disse Larissa, que pretende voltar ao local com a filha hoje. Segundo funcionários da unidade, 10 pacientes deram entrada no local, ontem, com suspeita de dengue.

Já na UPA da Penha, havia quem esperasse por atendimento e driblasse a agonia da superlotação, por mais de cinco horas. “No sábado, fiz exame aqui e viram que era dengue. Voltei hoje (domingo), para tomar soro e está lotado”, contou Natália Lopes. No bairro da Penha foram registrados pelo menos 30 casaos da doença. Também lotado, o posto de saúde no bairro de Realengo registrou cerca de 20 casos de suspeita de dengue, segundo funcionários.

A Cidade de Niterói vai investir em tratamento

Vítima da epidemia — 36º município na lista do Estado —, Niterói vai criar um curso de capacitação para médicos do município, com atualização das normas e protocolo no tratamento de dengue.

“Temos profissionais de ponta na área, mas há novos médicos a cada ano e queremos qualificá-los”, declarou o secretário municipal de saúde, Chico D’angelo. A cidade aumentou o número de centros de hidratação e, amanhã, vai contratar mais dois veículos fumacê.

Fonte: O Dia