Realengo abraça o verde e revitaliza suas áreas de lazer
terça-feira, 25 de setembro de 2012Piscinas de águas naturais, teatro, trilhas, pipódromo, artesanato, uma antiga paróquia e até fábrica de sorvetes. Os 176 mil moradores de Realengo já não precisam sair do bairro, quarto mais populoso do Rio, para encontrar boas opções de lazer, gastronomia e cultura.
O Parque Estadual da Pedra Branca — a maior floresta urbana do mundo dentro de um mesmo município, com 12.500 hectares — ganhou infraestrutura e segurança, além de monitores que ajudam os visitantes a aproveitar as três piscinas naturais e seis trilhas.
Do mirante, em cima do aqueduto que abastece 83% da população do Rio, se pode ver a Baixada, o Dedo de Deus e a Serra dos Órgãos.
“Antes era precário, o pessoal usava drogas e desovava corpos aqui”, relembra o barbeiro Felipe de Castro, de 25 anos. O parque também oferece espaço para acampamentos e escalada, além de abrigar o Campo-Escola de Montanhismo.
De acordo com o coordenador do Núcleo Piraquara, o subtenente bombeiro Marcos Melo, mesmo com cerca de 1.600 visitantes por dia durante o verão, acontecem poucos acidentes.
“Estamos preparados para qualquer eventualidade”, garante Melo, que cuida do parque desde 2009. Ele avisa que um Guia de Trilhas da Pedra Branca deve ser lançado no próximo ano. Para quem quiser se aventurar pelo parque, o coordenador explica que a trilha mais fácil é a que dá acesso ao piscinão, com 7 minutos de caminhada leve.
Já a mais pesada é a Trilha da Pedra do Ponto, com duração de três horas. O bairro também está prestes a ganhar, além da já existente Lona Cultural Gilberto Gil, mais um espaço para receber shows e peças de teatro: a Lona Jorge Ben Jor, demolida no ano passado, será reformada com investimento de R$ 1 milhão.
Fábrica de sorvete
Para os dias de calor em Realengo, boa opção é a fábrica de sorvete ArtFruit, no bairro desde 1987.O dono, João Carlos Nogueira, de 54 anos, conta que herdou o negócio do cunhado, que começou vendendo só picolé.
Na fábrica, o sorvete fica conservado entre 18 e 20 graus abaixo de zero. O produto faz sucesso até com gente famosa: o ex-jogador do Botafogo Leônidas, 74 anos, é cliente fiel.
Localizada na Praça Padre Miguel, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição foi fundada em 1758, como uma pequena capela. Nesse período, a manutenção do templo era feita pelo movimento religioso denominado Irmandade de Nossa Senhora da Conceição. Anos mais tarde, em 3 de dezembro de 1910, a capela tornou-se matriz.
Ela conserva sua estrutura original até hoje. Pela sua importância histórica, em 25 de outubro de 1996, se tornou um bem tombado municipal, tendo sofrido apenas reparos na pintura e no telhado.
Padre Miguel, que dá nome à praça, foi o sacerdote da paróquia por 40 anos, falecendo em 19 de março de 1947. O padre, que era espanhol, chegou a Realengo com 19 anos. Sua vida foi dedicada aos pobres. Franzino, fundou bibliotecas e creches, além da primeira escola regular da região.
Entre os prédios tombados do bairro também está a antiga Fábrica de Cartuchos e Artifícios de Guerra do Exército, construída em 1898. Com a retração do comércio, foi desativada anos depois, em 1978.
Aberta a visitantes, a tradicional e famosa Praça do Canhão abriga o prédio da antiga Escola do Realengo, que formava os Oficiais do Exército. Hoje, oferece espaço para corridas matinais e campo de futebol das 6h às 18h, além de ser palco de show e eventos culturais.
Bandalhas arriscadas em viaduto novo
Junto com a inauguração, em julho deste ano, do Viaduto Jornalista Aloysio Fialho Gomes, ao lado da estação de trem, vieram as bandalhas.
Os motoristas, que deveriam contornar o quarteirão, agora passam por cima da calçada. De acordo com a jornaleira Sandra Farias, há dois anos no local, a infração acontece diariamente.
“Fico com medo de acertarem minha banca, porque eles entram a toda”, relata. Segundo ela, os horários críticos são das 6h às 8h e das 17h às 18h. “Queremos um guarda de trânsito permanente e o semáforo que prometeram”, reivindica.
Em nota, a Guarda Municipal informou que viatura já circula em horários alternados, mas que “o 3º Grupamento vai intensificar o patrulhamento na região para coibir as irregularidades”. Já a CET- Cidade Rio De Janeiro comunicou que enviará equipe técnica até a próxima semana para averiguar a necessidade de semáforo no local.
Feirinha e festival de pipa
A Praça Padre Miguel recebe toda quarta-feira, das 9h às 17h, a feirinha de artesanato, que conta com 25 barracas e preços para todos os bolsos. O artigo mais caro é uma jarra de acrílico cristal chinês, que sai por R$ 150. Já o mais barato é um porta-lixa de EVA por apenas R$ 1.
“Com 1 real ou 150 dá pra se esbaldar na feirinha”, garante a presidenta do grupo de artesãos de Realengo, Vitória da Silva. Outra tradição do bairro é o Festival de Pipas, que acontece às terças e quintas à noite, no Campo do Ideal, e às terças na Praça Eduardo Vilaça. Lá, adultos e crianças se reúnem para torneios e festivais de pipas.
Fonte: O Dia On Line